Da tese de doutoramento ao livro

Livro resulta da tese de doutoramento defendida em 2014 na Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Livro resulta da tese de doutoramento defendida em 2014 na Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Acaba de ser publicado “Ciberjornalismo de proximidade: Redações, jornalistas e notícias online”, pela editora Livros LabCom. É gratuito na sua versão digital, sendo apenas pago para que pretender a versão impressa. Deixo ainda o comentário / parecer de alguns dos mais reputados especialistas da área:

O interesse pela informação de proximidade é uma constante na história da comunicação mediada tecnologicamente. O autor entendeu-o muito bem e decidiu meter-se dentro do ciberjornalismo de proximidade para, nesta fase de mudança e reorganização do ecosistema comunicativo, analizar o que caracteriza, define, distingue e identifica os novos meios locais em Portugal. Xosé López García, professor de Jornalismo na Universidade de Santiago de Compostela

Uma análise realista das dificuldades dos meios de proximidade em explorar as possibilidades da Internet e uma magnífica amostra da riqueza da etnografia como método para entender a difícil evolução do jornalismo. David Domingo, professor de Jornalismo Universidade Livre de Bruxelas

Através de um estudo etnográfico, o autor mergulha no Ciberjornalismo de proximidade para nos mostrar como, em quase duas décadas de popularização da Internet, o jornalismo local ou regional português ignorou as oportunidades que a Revolução Digital lhes abria. Como isto não é um problema só de Portugal, mas virtualmente universal, este estudo é uma contribuição importante para o entendimento das dificuldades que jornalistas e empresas jornalísticas enfrentam em sua adaptação ao novo ecosistema mediático, que a cada dia se torna mais diferente do anterior. Fica claro que o ciberjornalismo de proximidade deixou passar ao largo a onda da web, mas agora está diante da oportunidade de surfar na onda dos telemóveis e das redes sociais que estão revolucionando novamente as comunicações. Rosental Calmon Alves, Knight Chair in Journalism & UNESCO Chair in Communication, Director of Knight Center for Journalism in the Americas

Contar a história do jornalismo Internet enfrenta um grande desafio: a evanescência dos media digitais. O que agora é publicado na web geralmente desaparece amanhã. Este livro é o resultado de uma investigação minunciosa, que visa combater esse esquecimento. Ilumina a parte desconhecida do ciberjornalismo em Portugal: a dos media de proximidade. Um contributo precioso para entender o passado, presente e futuro do jornalismo na Internet. Ramón Salaverría, professor de Jornalismo na Universidade de Navarra

O jornalismo enquanto promessa de maior proximidade e, nesse sentido, enquanto promessa de maior democracia enfrenta os desafios postos pela digitalização ancorado em velhos problemas que não lhe permitem grande exuberância. E, ainda assim, subsiste. É de algumas dessas histórias de sobrevivência – longe do universo auto-alimentado dos grandes grupos nacionais – que nos fala este trabalho. É um documento raro, detalhado e muito bem escrito, daqueles que nos fazem falta se queremos melhor saber quem somos. Luís António Santos, professor de Jornalismo na Universidade do Minho

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Ph.inisheD

O júri (da esquerda para a direita): Xosé López Garcia (U. Santiago de Compostela), Luís António Santos (U. Minho), Pedro Jerónimo (autor), Gonçalo Peixoto e Vilas-Boas (U. Porto), Helder Bastos (U. Porto), Fernando Zamith (U. Porto) e Óscar Mealha (U. Aveiro)

O júri (da esquerda para a direita): Xosé López Garcia (U. Santiago de Compostela), Luís António Santos (U. Minho), Pedro Jerónimo (autor), Gonçalo Peixoto e Vilas-Boas (U. Porto), Helder Bastos (U. Porto), Fernando Zamith (U. Porto) e Óscar Mealha (U. Aveiro)

“Aprovado com distinção por unanimidade! Não há mais do que isto :)” As palavras finais do júri coroaram um percurso que me deu particular gozo percorrer e ainda mais numa defesa pública que superou largamente as expectativas iniciais. Não só ao nível do desempenho do candidato, como também em relação às intervenções do júri. Como alguém disse e bem, “este é um momento privilegiado para discutir a ciência”. E assim foi.

Sobre a tese propriamente dita (Ciberjornalismo de proximidade: A construção de notícias online na imprensa regional em Portugal), partilho, para já, o resumo:

Em cerca de duas décadas, a Internet teve implicações, não só na forma de comunicar, como também na de pesquisar informação. E se durante anos isso se fazia a partir de um qualquer computador, atualmente são os dispositivos móveis que assumem protagonismo. As próprias relações sociais começam, em parte, a ocorrer online. Dos cidadãos aos média.

A adoção da Internet por parte do jornalismo levou a que os primeiros discursos emanados da investigação científica fossem considerados, mais tarde, como deterministas. Seguiram-se estudos feitos a partir das redações online, mais descritivos do que interpretativos. Também eles com discursos de deslumbramento em torno da tecnologia.

É a partir de um ainda curto trajecto do ciberjornalismo em Portugal que surge a necessidade de procurarmos ir mais além do que o monitor, seguindo assim as pisadas de quem já começara a estudar, a partir de dentro, redações online. Porém, dado o quase completo desconhecido em torno das práticas nos média regionais, nomeadamente na imprensa, começamos por partir à descoberta do ciberjornalismo de proximidade. Origens, evolução e produção. Prosseguimos com um estudo de casos, considerando a etnografia da produção. O acompanhamento da construção de notícias online e dos fatores que a determinam foi antecedido por um olhar ao percurso histórico e evolução do RegiaoDeLeiria.pt, Reconquista.pt e OMirante.pt.

A partir deste trabalho concluímos que: o percurso do ciberjornalismo de proximidade em Portugal é marcado por práticas primitivas, assentes na transposição de conteúdos do meio tradicional; as notícias são o principal conteúdo publicado; a presença da hipertextualidade, multimedialidade e interatividade é residual ou inexistente; e a cultura de produção para o meio tradicional, os recursos humanos e o tempo são os principais fatores que determinam as rotinas de produção de notícias online. A Internet é cada vez mais usada na imprensa regional, porém, em rotinas relacionadas com a pesquisa e a comunicação. Os jornalistas estão, em parte, cada vez mais fixos à secretária.

Tese disponível no Repositório da Universidade do Porto.

Quanto a este blogue, vai entrar em pausa para reflexão. Veremos o que se lhe seguirá. Falamos depois…

Actualizado com o resumo da tese, a 28 de Janeiro (17h15); com o acesso integral a 25 de Maio (12h03).

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Provas à vista!

É precisamente daqui a um mês, isto é, 27 de Janeiro, 14h30, no Anfiteatro Nobre da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

O júri será constituído pelos Doutores Gonçalo José do Vale Peixoto e Vilas-Boas (presidente, FLUP), Helder Bastos (orientador, FLUP), Fernando Zamith (vogal, FLUP), Óscar Mealha (vogal, Universidade de Aveiro), Xosé López Garcia (arguente, Universidade de Santiago de Compostela) e Luís António Santos (arguente, Universidade do Minho).

Dado serem provas públicas, a porta estará aberta para quem quiser aparecer 😉

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Ciberjornalismo de proximidade na agenda

Novos desafios para o jornalismo de proximidade com a transição para a Internet

Novos desafios para o jornalismo de proximidade com a transição para a Internet

“Novos territórios do ciberjornalismo de proximidade” é o mote para as II Jornadas do Observatório do Ciberjornalismo.

O desenvolvimento da presente tese, precedido por alguns trabalhos feitos na vizinha Espanha, são o ponto de partida para que o conceito surja – ao que tudo indica – pela primeira vez em Portugal.

Com este encontro pretende-se olhar para o passado e presente, de modo a que este(s) permita(m) vislumbrar linhas orientadoras para o futuro. O programa agora publicado, procura ir ao encontro desse desejo. O mesmo resulta da necessidade de se criar um momento que reunisse não só académicos, mas também profissionais. Da(s) teoria(s) à(s) prática(s).

Falamos depois…

Actualizado a 7 de Dezembro, 12h30.

Pedro Jerónimo: “O jornalismo de proximidade é visto como o parente pobre do jornalismo” (JornalismoPortoNet)
Jornalismo deve avançar para modelo apoiado pela sociedade civil (Meios & Publicidade)

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Já está!

“Ciberjornalismo de proximidade: A construção de notícias online na imprensa regional em Portugal”. É este o título da tese, entregue neste dia – que assim passa a ser duplamente marcante. Aguardemos pelas cenas dos próximos capítulos 😉

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De volta

Após um longo período de inactividade aqui do estaminé, o regresso. Offline os últimos meses foram particularmente activos – a vários níveis – e desgastantes. O “melhor” é que tendência vai-se manter. Como dizia alguém há dias “– Eu nem tempo tenho para respirar”. Não é o caso 😛

Falamos depois (que será muito em breve)…

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“Pé na tábua”

Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

A expressão não é minha, mas do orientador (Helder Bastos). Depois de ter estado afastado aqui do estaminé nos últimos meses, é tempo, de ontem e de hoje, de meter as mãos no teclado e o nariz no monitor.

Foram leituras, pesquisas, congressos e comunicações, artigos para actas e revistas, capítulos de livros e um mar sem fim de lides académicas. Por agora, parou tudo (ou quase).

Falamos depois…

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Jornalismo regional à janela

No decorrer das pesquisas cheguei ao recente trabalho de Igor Savenhago, “Jornalismo regional – Estratégias de sobrevivência em meio às transformações da imprensa”. Trata-se de um conjunto de reflexões feitas por jornalistas e académicos, entre os quais Jorge Pedro Sousa, que faz uma comparação entre as realidades portuguesa e brasileira apresenta o contexto português.

Destaco, da entrevista seguinte a Igor Savenhago, algumas ideias interessantes:

“É importante que o profissional vá para a academia com uma vivência [de redacção regional] ou que essa vivência ainda esteja em curso (…) porque a teoria ainda está muito distante da prática.”

“A gente percebe que os profissionais da comunicação, que é um contrasenso, não se dialogam, não se conversam, não é. Na redacção não há muito diálogo. Faz do jeito que dá, com a estrutura que tem, com os profissionais que tem.”

“Os cursos de jornalismo são um excelente espaço para colocar esse diálogo e reflectir sobre a necessidade de mesclar a teoria, não é, e como é que ela poderia ser aplicada no jornalismo, na prática.”

“A Internet, a televisão, a rádio eles são muito de manchetar, não é, a informação circula muito rápidamente. Não há nenhum veículo para amarrar essa informação e analisar de forma mais profunda. O jornal ainda é o lugar desse aprofundamento.”

Resta esperar mais uns dias para ter em mãos este exemplar, que me parece mais um importante contributo para ajudar na reflexão sobre o caso português. Entretanto, enquanto escrevia estas linhas, recebi a comunicação de aceitação de uma proposta de trabalho sobre a transição do jornalismo de proximidade para os dispositivos móveis, sendo que há pelo menos um caso, em Portugal, em que isso já sucede. A explorar.

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Jornalismos e jornalistas em discussão

Indispensável a leitura do ensaio com que abre a edição #50 da revista Jornalismo & Jornalistas, da autoria de Helder Bastos. Proximidades académicas à parte, é uma excelente reflexão sobre as transformações que a Internet tem provocado sobretudo nos (ciber)jornalistas e sobre a qual aqui fica a parte final:

“O jornalismo encontra-se numa encruzilhada importante na sua história. A via da velocidade e da superficialidade, para já não falar da espectacularidade ou da leviandade, conquista terreno todos os dias. O novo ambiente mediático e jornalístico a isso é cada vez mais propício. A Web e outras plataformas impulsionam novos modos de estar e de fazer nas redacções. Como em todas as grandes mudanças, algo se perde e algo se ganha. Mas o jornalismo de referência (porque “jornalismos” há muitos) parece estar a sair vencido. Há mesmo quem vaticine o “fim do jornalismo tal como o conhecemos”. O problema é que o “jornalismo tal como o conhecemos” continua a ser indispensável a um funcionamento saudável das sociedades democráticas. Donde, se o jornalismo “tal como o conhecemos” se tornar irreconhecível, talvez seja de arranjar um novo nome para o ofício que lhe suceder.

Resta saber se o jornalismo e os jornalistas conscientes do seu importante papel social estão interessados em reafirmar os seus valores de sempre ou vão, por falta de força, vontade ou alternativas, assistir à crescente diluição da sua razão se ser”

São muitos e variados os motivos de interesse nesta edição. Um deles é a reportagem – feita juntamente com Patrícia Posse – sobre o Ágor@. Complementando essa informação, aqui fica a entrevista integral ao coordenador do projecto Agenda dos Cidadãos, João Carlos Correia.

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Estudo etnográfico (quase) concluído

Quase 300 horas de observação depois, o trabalho de campo está praticamente concluído. Restam duas entrevistas, que por motivos de férias ou de imprevistos, ainda não foram possíveis. Seguem-se a “desgravação” de 23 entrevistas e tratamento de dados.

Pelo meio recuperar seis meses de notícias publicadas num dos três meios estudados, que por razões informáticas desconhecidas se perderam.

Falamos depois…

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